UMA PESSOA MUITO ESPECIAL

Hoje, venho vos falar dessa pessoa muito... muito especial...
Ela era doce, meiga e carinhosa. 
Tinha mãos de fadas.
Um cabelo sedoso, lisinho, preto e reluzente. Mesmo depois de já velhinha, apenas alguns fios brancos apareceram. Herança da avó índia dela.
Sabia cozinhar como ninguém. Inventava pratos deliciosos, doces mirabolantes.
Inventadeira de histórias, contava a saga do coelhinho que gostava de iogurte, das fadas dos tempos dela.
Adorava costurar e fazer roupas para seus 7 filhos.
Era católica e rezava por todos.
Era aquela mãe que rotulava seus filhos, tinha preferência por alguns e preteria outros... Mas amava todos, sem distinção.
Suas brigas com o marido eram homéricas e hilárias. Mas sempre à noite, estavam juntos de novo.
Era brava e mandona. Não gostava de ser contrariada e não gostava de perder. Não sabia bater.
Com os netos, tinha um carinho extremo. E gostava de dar presentes...
Adorava ler e se tivesse podido estudar com certeza teria ido além da profissão de professora... Ficou com a máquina de costura, enquanto os irmãos se formavam...
Tinha uma imensa mágoa dos pais por isso. E quem sempre tinha que ouvir suas "ladainhas" eram os filhos.
Quando a mãe morreu, acho que a perdoou, pois foi ela, a primeira pessoa que a viu no necrotério do hospital.
Quando ficou doente, deixou de reconhecer os filhos e tornou-se de novo uma criança indefesa, os filhos cuidaram dela com carinho... 
O neto que ela criou, parou de estudar para cuidar dela.
Quando a mãe veio para buscá-la, na véspera do Natal o ano passado, foi-se como um anjinho.
Resvalou-se no sono, na hora do banho e de mãos dadas... mãe e filha... foram para a pátria espiritual em busca do Amado Jesus!


Essa mulher é a minha, a nossa Mãezinha - Francisca (Chiquita) Galvão Ramos.
Que saudades mamãe!

Comentários

Elma Carneiro disse…
É uma pena que nossas mães vão embora. Ficam eternas lembranças.
Beijoo
Que forma bonita Mylla, de falar de sua mãe...todos nós que já não temos mãe, nessas datas pensamos nelas com muito mais saudade não é? Todo mundo queria um colinho e um chamego das mães no Natal...mas assim é a vida...beijos,
Unknown disse…

Ao ler sua crônica, me bateu uma saudade enorme de minha mãe!!!
Lindo demais, tudo que você escreve. Espero que continue!!!
Um abraço,
Iara Galvão

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